domingo, 16 de fevereiro de 2014

Zumbis da vida real: Clairvius Narcisse


Imagine você ver seu parente ser enterrado. Se despedir, chorar e lamentar a morte de alguém que gostava tanto. Os anos passam e a dor diminui, mas o inacreditável acontece e 18 anos depois este seu parente que você viu ser enterrado reaparece e diz que foi vítima de um feiticeiro que o transformou em zumbi! Calma, a história é verdadeira e ajudou o antropólogo americano Wade Davis a identificar algumas substâncias químicas responsáveis por esta transformação.

No dia 30 de abril de 1962, Clairvius foi até o hospital Albert Schweitzer queixando-se de dores no corpo, febre e um grande mal-estar geral. Dois dias depois, os médicos constataram sua morte e sua irmã assinou o atestado de óbito. Clairvius foi enterrado em 2 de maio de 1962. A morte teria sido encomendada por seu irmão, que estava de olho em uma terra de Clairvius, a um bruxo (bokor). Só que este bruxo o drogou e após o cerimonial, desenterrou o pobre Clairvius e o fez ingerir uma mistura química que o transformou em zumbi. Ele foi obrigado a trabalhar junto com outros zumbis que o bruxo tinha em uma plantação de açúcar, até que em 1964 o bruxo morreu, e Clairvius foi lentamente recuperando a consciência, pois não era mais administrada doses de veneno pelo bruxo. Depois de anos vivendo como andarilho, ele voltou para sua terra natal e sua irmã Narcisseâ o reconheceu, e ele contou sua história.

O caso ficou famoso e despertou o interesse de cientistas, entre eles o famoso antropólogo americano Wade Davis, que em 1982 viajou para o Haiti e fez uma investigação séria sobre o assunto, confirmando sua veracidade e ainda mais, descobrindo as substâncias químicas envolvidas na zumbificação.


Clairvius Narcisse ao lado que ele acredita ser
o túmulo onde ele foi enterrado.
Segundo Davi, após entrevistar diversos feiticeiros da região, verificou que todos falavam em comum de uma espécie do peixe Baiacu. Assim, ele descobriu que esse peixe possui no fígado e nos órgãos sexuais um potente veneno, chamado tetrodoxina, que paralisa o sistema nervoso central e pode fazer as pessoas parecerem mortas. Outra substância usada é a bufotoxina, encontrada em sapos, que tem efeito parecido com o da tetradoxina. Depois, ele descobriu que os feiticeiros administravam outra substância para manter as pessoas drogadas, e esta substância é extraída da planta Datura stramonium, uma planta com fortes substâncias psicoativas.

Wade Davis escreveu um famoso livro sobre o caso e suas descobertas, chamado "The Serpent and the Rainbow", que por sua vez foi transformado no filme "A Maldição dos Mortos-Vivos".

Fonte:
http://www.assombrado.com.br/2013/06/zumbi-real-o-caso-clairvius-narcisse.html

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